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Porto Sudeste e Universidade Rural realizam Hackathon para impulsionar inovação

Iniciativa reconhece projetos de estudantes e pesquisadores voltados ao desenvolvimento sustentável e à transformação social na Baía de Sepetiba (Foto: Jonathan Monteiro)

 

O projeto “Miniunidade Comunitária de Beneficiamento do Pescado na Baía de Sepetiba: Produtos de Valor Agregado e Aproveitamento Integral” conquistou o primeiro lugar no Hackathon Mar&Tech, iniciativa da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) em parceria com o Porto Sudeste. A proposta vencedora apresenta a criação de uma unidade comunitária de beneficiamento do pescado, com tecnologia adaptada à realidade local e potencial de replicação em outras regiões costeiras. O objetivo é reduzir perdas e desperdícios, aumentar a renda dos pescadores e incentivar a permanência dos jovens na atividade, com foco na valorização das mulheres na cadeia produtiva.

O modelo prevê o aproveitamento integral do pescado e de seus subprodutos, com produção de alimentos de valor agregado, como hambúrgueres, patês e salsichas, assim como o uso dos resíduos gerados nesse processo, muitas vezes descartados, para a fabricação de silagem de peixe e comercialização para indústrias de farinha. Kátia Mendes, nutricionista, Doutoranda e Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela UFRRJ, uma das idealizadoras, destaca o alcance social do projeto ao criar outras perspectivas para quem atua no setor.

“Refletimos profundamente sobre a realidade atual da região. Queríamos pensar socialmente o impacto para além da geração de renda. A comunidade precisa se sentir valorizada, e as pessoas devem encontrar satisfação e motivação no que fazem para permanecer na indústria pesqueira. Muitos jovens têm se afastado do setor, mas ele é fundamental para a manutenção da disponibilidade de uma das principais fontes de proteína consumidas no mundo. É essencial formarmos profissionais autônomos nesse processo para que a unidade de beneficiamento possa continuar funcionando e se fortalecendo”, explica.

Outros dois projetos foram premiados. O segundo lugar com a iniciativa “Caiu na rede, é peixe!”, que apresentou uma proposta de criação de receitas sustentáveis e oficinas de capacitação profissional, utilizando o pescado da Baía de Sepetiba, com foco na promoção do turismo gastronômico e no fortalecimento da identidade cultural local.

Já o terceiro colocado, “Cultivo de Kappaphycus alvarezii como Solução de Biofiltração, Sequestro de Carbono e Geração de Bioinsumos”, propôs o cultivo sustentável de macroalgas na Baía de Sepetiba, para reduzir a eutrofização (excesso de nutrientes que provoca crescimento descontrolado de algas e desequilíbrios ambientais), promover o sequestro de carbono e gerar bioinsumos agrícolas, unindo sustentabilidade ambiental e inovação biotecnológica.

As equipes foram avaliadas pelos critérios de inovação, impacto social e ambiental, multidisciplinaridade e viabilidade. A pró-reitora de Extensão da UFRRJ, professora Maria Ivone Martins Jacintho Barbosa, destacou o caráter transformador da ação. “Tivemos várias linhas de atuação, e as equipes da universidade se organizaram para responder a desafios reais. Foi uma experiência memorável participar dessa parceria que trouxe resultados incríveis”, afirmou.

A realização do Hackathon Mar&Tech marca o início da parceria entre Porto Sudeste e UFRRJ para promover a inovação, a formação técnica e o empreendedorismo nas comunidades da região da Baía de Sepetiba. O próximo passo é estudar os caminhos para a implantação efetiva do projeto vencedor.

 

Parceria para gerar transformação

O Hackathon Mar&Tech buscou integrar saber técnico, científico e tradicional. O foco principal foi reunir diferentes talentos e competências para trabalhar de forma colaborativa, desenvolvendo soluções inovadoras voltadas para os desafios reais enfrentados pelas comunidades costeiras e pelo setor marítimo.

“A parceria com a UFRRJ, por meio do edital, permite acelerar a implantação de iniciativas que de forma independente levaria muito mais tempo para sair do papel. Participantes do Hackathon são envolvidos em todas as etapas, do design à fase de testes, vivenciando um processo verdadeiramente multidisciplinar de troca de conhecimento e inovação”, destacou Henrique Salazar, coordenador de Inovação e Transformação Digital.

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